domingo, 7 de março de 2010

Rocha Jr e o Reino da Frejolândia


Antonio Rocha sempre foi, como se diz, de veneta. Em alguns dias, acordava no pleno exercício de seu humor cáustico e muito inteligente, cheio de entrelinhas. Em outros, a sutileza dava lugar a uma irritação que não deixava espaço para as dúvidas. Nesses dias, bastava a pasta de dente cair mais que o normal para ficar irritado.

Pois bem. Rocha Júnior, o sexto filho, lembra com clareza de um desses tais dias em que a pasta caiu fora da escova e a irritação subiu à tona.

Por algum motivo que Rocha Júnior não recorda, Dr. Antonio discutiu com dona Irene. E passou a encontrar todos os defeitos na condução da casa, apesar de todos os cuidados da Irene, num malabarismo que fazia o dinheiro cobrir o mês inteiro. De veneta, esqueceu esses detalhes e passou a reclamar da organização: faltava o mínimo de planejamento, nada estava no lugar.

— Isso aqui virou um frejo.

Para quem não sabe, “frejo” era um modo elegante para dizer que tudo era uma total esculhambação, um verdadeiro cabaré organizacional.

Reclamação feita, Antonio Rocha vestiu a camisa branca de mangas longas e decidiu tomar o rumo da rua. Não satisfeito, antes de distribuir seus apressados passos pelas vias da cidade, chamou Rocha Júnior e ordenou:

— Seu Rocha, venha cá. Pegue uma cartolina bem grande e escreva FRE-JO-LÂN-DIA e pregue bem aqui — disse, apontando para a parede da frente de casa.

Naturalmente que não houve contra-argumentação da parte do filho que acabava de entrar na adolescência. Obediente, o garoto tratou de colocar em prática os conhecidos dotes artísticos que depois o levaria para o campo da arquitetura.

Antes de empreender a tarefa, teve dúvida. Não a dúvida entre cumprir ou deixar de cumprir a ordem. Simplesmente tinha dúvida quanto à grafia. E tratou de dissipar a dúvida com a própria mãe: como se escrevia a tal palavra?

Dúvidas superadas, tratou de caprichar. Pegou a cartolina, fez um rápido esboço e logo estava pronto o magnífico trabalho artístico. Em cores fortes, contrastando com a cartolina branca, estava lá: FREJOLÂNDIA. Não descuidou de nada: com grude de goma, pregou o cartaz logo na entrada de casa. Orgulhoso do trabalho, afatou-se da obra e ficou a média distância por um tempo a espiar, admirando a empreitada.

Algum tempo depois, eis que Antônio Rocha volta para casa e se depara com a vistosa criação. Observou, surpreso, que estava prestes a adentrar no reino da Frejolândia. Mais que rapidamente chamou o artista gráfico da casa e quis saber:

— Que esculhambação é essa?

O filho explicou que apenas tinha cumprido ordens. Veio a contra-ordem:

— Deixe de ser besta e arranque este negócio daí.

Mais calmo do que quando partira, entrou em casa como se não fosse o mecenas da grande obra artística tão caprichosamente executada pelo filho. Mas, para manter o costume, não perdeu a ocasião para mais uma estocada:

— Só existem duas pessoas que realmente entendem de planejamento no Brasil: é a Irene e o João Paulo do Reis Veloso – disse, em referência ao piauiense que à época (início dos anos 1970), era Ministro do Planejamento.
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3 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkkk, lembro muito bem quando antonio rocha,nos pegou fumando no banheiro do ginasio.pense numa agonia...kkkk saimos todas soltando puns so de medo...kkkk tenho uma foto ddo desfile 7 de setembro mas ele nao esta so os alunos...vou enviar uma historia sobre os pulos no muro pra comprar meota.colocavamos escondido na ksa dos preá..enviarei outras na proxima...desculpe os erros..corrija...xerooooooooooo

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  2. antonio nos pegou comendo tomates. tecnicas agricolas.falou ei moçinha.venha cá.falei eu?sim....pegue a enxada e capine esse espaço,pra nunk mais mexer no q nao e da sua conta sua engarçadinha....

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  3. Edileuza, conte suas histórias que vc tem muuuuuuuuuuuitas!!!!...abraço

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